O que é Pix? Você sabe como ele pode revolucionar seus hábitos financeiros?
Pix é o novo sistema de pagamento online e instantâneo do Banco Central onde transações são feitas em até 10 segundos, sem restrição de dia e horário.
A proposta é digitalizar de vez os meios de pagamentos no país, reduzir os custos, aumentar a competitividade dos serviços e abrir caminho para um novo sistema financeiro, muito mais ágil, inclusivo e integrado.
Afinal, porque o Pix vem gerando tanta repercussão? Eu vou ganhar ou perder dinheiro com isso?
Índice
1- O que é Pix ?
Resumindo em poucas palavras, Pix é o novo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC) que vai permitir transferências e pagamentos online em até 10 segundos, 24 horas por dia e 7 dias por semana (inclusive feriados).
Já o significado da sigla Pix veio do termo “pixel”, para representar a transformação digital e a inovação tecnológica no sistema financeiro.
A novidade foi anunciada em 19 de fevereiro de 2020, como uma solução para:
- Digitalizar definitivamente os pagamentos no país;
- Acabar com os dias de espera até o pagamento ou transferência “cair”;
- Baratear os pagamentos e transferências (ex: tarifas de TEDs e DOCs);
- Facilitar o pagamento de contas, faturas, boletos e impostos;
- Substituir outros meios de pagamento como cartão de débito e dinheiro em espécie nas compras do dia a dia.
Os brasileiros podem usar o sistema Pix do Banco Central para realizar suas transações financeiras em tempo real, com muito mais velocidade e praticidade, além de custos menores.
Desta forma, em vez de passar por intermediários, o dinheiro vai sair de uma conta e chegar até a outra automaticamente e em questão de segundos.
2- Como funcionam os meios de pagamentos hoje
Hoje, existem as seguintes possibilidade para enviar dinheiro para pessoas com contas em outras instituições:
TED (Transferência Eletrônica Disponível): o dinheiro enviado a outra instituição será creditado na conta de destino até às 17 horas daquele mesmo dia; não existe valor mínimo a ser transferido e valores superiores a R$ 5 mil podem ser enviados;
DOC (Documento de Ordem de Crédito): o dinheiro cai na conta de destino no dia seguinte, mas pode levar mais de um dia útil caso a transferência seja feita após às 22h; além disso, o valor máximo que pode ser transferido por DOC é de R$ 4.999,99.
Tanto TED quanto DOC funcionam somente em dias úteis. Transferências feitas em finais de semana ou feriados nacionais, portanto, são completadas somente no dia útil seguinte, podendo levar dias para ser finalizada e acabam custando caro.
E para recebimento há:
– Boletos: neste caso também existem restrições de dias para fazer o pagamento, geralmente demora dias paras ser compensado e para quem o emite, existe um custo.
– Cartão de débito e crédito.
3 -Por que o Pix foi criado?
Para realizar transações em tempo real. Elas acontecerão sem intermediação de terceiros: o dinheiro sai de uma conta e vai diretamente para a conta de quem receberá os valores sem custos na maioria dos casos.
Os objetivos do sistema de pagamento online Pix são:
- Digitalizar e universalizar os meios de pagamento no Brasil;
- Reduzir o uso de cédulas e moedas;
- Abrir o mercado de pagamentos e facilitar a entrada de novos atores com modelos de negócio inéditos;
- Aprimorar a prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo (PLD/FT);
- Aumentar o potencial de inclusão financeira com custos menores de iniciação e mais agentes ofertantes;
- Gerar serviços de qualidade superior com o acirramento da competição entre prestadores de serviços;
- Agilizar e desburocratizar transações financeiras preservando a segurança de pagadores e recebedores.
4 – Benefícios do Pix
5- Quem poderá usar o Pix?
Conforme divulgado pelo BC, “o pagamento poderá ser feito de todos para todos” com o Pix:
- entre pessoas;
- transações entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo comércio eletrônico;
- entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores, por exemplo;
- para transferências envolvendo entes governamentais, como pagamentos de taxas e impostos.
Então, para usar o sistema de pagamento online, os pagadores e recebedores precisarão ter uma conta em banco, instituição de pagamento ou fintech (não necessariamente uma conta corrente), ou ainda uma carteira digital.
6- Limite de valor nas transações
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de R$0,01.
Em geral, também não há limite máximo de valores.
Entretanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
7- Como aderir ao PIX?
O PIX não é um aplicativo, nem banco. O cliente não precisa abrir uma conta específica para usar. O cadastro é feito na sua própria conta bancária, em geral seguindo os seguintes passos:
- Abra o app ou site e logue com sua conta e senha
- Acesse o menu Pix
- Escolha a sua chave, como E-mail, celular ou CPF
- Confirme a chave informada
- Sua chave foi cadastrada.
8- Mas, o que é chave Pix?
Na definição do Banco Central, as chaves do Pix são “‘apelidos’ utilizados para identificar a sua conta” que representam o endereço da sua conta no Pix.
O cadastro da chave Pix visa facilitar as transferências.
Podem ser adicionados quatro tipos de chave Pix a uma conta: CPF ou CNPJ, e-mail, número de telefone celular ou a chamada chave aleatória.
Eu posso ter mais de uma chave Pix?
Sim, porém se utilizar por exemplo o CPF na Instituição financeira A, terá que usar o número de telefone na instituição financeira B.
Ou seja, você pode ter várias chaves em várias instituições financeiras e não somente todas as chaves em um único banco.
Ah e só lembrando que o Pix também pode ser utilizado sem chave utilizando os dados bancários da pessoa para quem você vai realizar o PIX.
9- Como vai funcionar o Pix?
O sistema de pagamento oferece os seguintes serviços:
- Transferências instantâneas de dinheiro entre pessoas e empresas ;
- Pagamento de contas, faturas e boletos;
- Recolhimento de impostos e taxas de serviços (como emissão de passaportes);
- Pagamento de compras online e em estabelecimentos físicos;
- Saques na rede varejista.
As transações poderão ser feitas de três formas:
- Via QR Code estático ou dinâmico;
- Chave de endereçamento (senha digitada no app);
- Via tecnologias de aproximação;
No caso, o QR code estático poderá ser usado em múltiplas transações e permitirá a definição de valor de um produto ou pelo pagador, enquanto o QR code dinâmico será renovado a cada compra (ideal para compras no dia a dia).
10- Como o Pix pode mudar nossa vida financeira?
Agora que você sabe como funciona o Pix, deve imaginar seu potencial revolucionário na vida financeira dos brasileiros.
Confira algumas mudanças importantes que esse sistema vai trazer:
Fim do TED e do DOC?
Os famosos TED (Transferência Eletrônica Disponível) e DOC (Documento de Ordem de Crédito), que funcionam somente em dias úteis e podem cobrar até R$ 20,00 em uma única operação estão com os dias contados.
Com o sistema de pagamento Pix, você poderá fazer transferências instantâneas de graça a qualquer momento, sem burocracia, prazos e tarifas abusivas.
Substituição dos boletos e cartões de débito
Outros meios tradicionais que estão ameaçados pelo Pix são os boletos e cartões de débito.
As desvantagens do boleto você já conhece: tarifa de emissão, pagamento por código de barras e prazo para compensação. Com o Pix do Banco Central, não é preciso esperar mais que 10 segundos para pagar uma compra, além de ser um processo muito mais rápido e barato.
Já o cartão de débito perde para o Pix na praticidade e por um detalhe importante: o sistema do BC não exige que o cliente tenha, necessariamente, uma conta bancária, oferecendo as contas digitais como alternativa. Além disso no PIX não há o desconto da administradora do cartão no valor a receber que gira em torno de 2%.
Por outro lado, o cartão de crédito continua indispensável, pois o Pix só funciona para operações de débito.
Redução do uso de dinheiro vivo
Apesar do avanço dos pagamentos com cartão e digitais, grande parte das transações de pequenos valores ainda são feitas com dinheiro vivo. Mas esse cenário deve mudar com o Pix, que incentiva o pagamento digital mesmo para compras abaixo de R$ 10.
Desso modo, a tendência é que as pessoas não precisem mais usar cédulas e moedas no seu dia a dia, por uma questão de segurança e conveniência.
11- Afinal, o Pix é sempre gratuito?
Nem sempre!
De acordo com o Banco Central, o Pix deve, ser gratuito entre pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs) nas seguintes situações:
- Fazer um Pix usando canais digitais – como app ou internet banking – para transferências ou pagamento de compras;
- Receber um Pix para transferências.
Atenção! No âmbito do Pix, aplicam-se aos microempreendedores individuais (MEIs) e empresários individuais as mesmas regras de pessoas físicas. Por sua vez, aplicam-se à Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) as regras de pessoa jurídica.
Em quais casos o Pix pode ser cobrado?
As regras de cobrança mudam de acordo com o usuário:
Pessoas físicas e MEIs
O Pix pode ser cobrado de pessoas físicas e MEIs ao:
- Fazer um Pix utilizando canal de atendimento presencial (como no caixa) ou pessoal (como por telefone), quando o Pix estiver disponível em meios eletrônicos;
- Receber um Pix como pagamento de um produto ou serviço vendido pela PF ou pelo MEI.
Pessoas jurídicas de outros portes
No caso de pessoas jurídicas de portes diferentes do MEI (como microempresa ou empresa de pequeno porte), a tarifação do Pix é de responsabilidade das instituições que oferecem este meio de pagamentos.
Basicamente, empresas podem, sim, ser cobradas quando fazem ou recebem pagamentos e transferências usando o Pix. Além disso, também pode haver a cobrança por outros serviços relacionados ao Pix.
O modelo de precificação – custo fixo ou percentual, por exemplo – e as tarifas, entretanto, podem ser definidas pelas instituições.
12 – Por que usar o Pix no meu negócio?
Os produtores de bens, varejistas e prestadores de serviços têm muito a se beneficiar com o Pix.
Por este motivo, não há necessidade de esperar o próximo dia útil ou a próxima janela de horário para receber um pagamento. Os custos são menores e há facilidade na integração com os softwares de automação e na conciliação de pagamentos.
O Pix na prática tem o mesmo efeito do pagamento em dinheiro (em espécie): o dinheiro chega a sua mão na hora, mas em vez de ser na sua carteira, ele entra na sua conta. De forma segura e fácil, sem o risco de roubo ou necessidade de se preocupar com troco, por exemplo.
Além disso, como o Pix é um modelo com menos intermediários e as plataformas centrais são providas pelo Banco Central, o custo de aceitação é menor que outros meios eletrônicos.
É bastante interessante também para o comércio eletrônico, uma vez que a confirmação do pagamento é efetuada em poucos segundos, o que pode acelerar o processo de envio da mercadoria, facilitando a gestão do estoque e logística.
Conveniência para o cliente
Além de facilitar a gestão financeira das empresas, o Pix é conveniente para o cliente. Os comerciantes poderão adaptar seu modelo de negócio de diversas formas, inclusive diferenciando preços para o pagamento com Pix para melhor adequação às necessidades do cliente.
Um exemplo é o estabelecimento colocar em local visível a sua identificação para receber o pagamento. Veja algumas hipóteses:
Comerciante que quer o QR Code à mão do cliente: o comerciante imprime um QR Code, que fica ao alcance do cliente. Na hora de pagar, o cliente escolhe a opção Pagar com Pix e lê o QR Code com celular. O comerciante informa o valor da compra, facilitando o pagamento de compras de valores diferentes, e pode optar inclusive por solicitar que o próprio cliente digite o valor da transação. Vale, por exemplo, para um pipoqueiro, com um QR Code no seu carrinho, esperando para ser lido pelo cliente.
Comerciante que quer gerar um QR Code a cada compra: um QR Code será gerado para cada compra, de acordo com os itens e a quantidade que ele pega. Vale para supermercados e restaurantes, por exemplo.
Comerciante que prefere ser identificado pelo CNPJ: o estabelecimento expõe em local visível a instrução de fazer um Pix por meio do CNPJ. Vale para microempreendedores individuais, por exemplo.
Comerciante que prefere ser identificado pelo número do celular: o estabelecimento orienta o cliente a usar o número do celular como método de identificar o recebedor na hora do pagamento. Vale para empresas que atendem delivery em aplicativos de mensagens ou prestadores de serviço autônomos, por exemplo.
13- Como usar o Pix no meu negócio?
Verifique se a instituição em que você tem conta é participante do Pix (Independente da sua instituição, a API de recebimento padronizada permitirá uma fácil integração aos seus sistemas).
Então, procure a instituição em que você tem conta e cadastre o método de identificação da sua preferência. Exemplo: para receber na conta que tenho no banco A, quero ser identificado pelo CNPJ; para receber na conta que tenho na instituição de pagamento B, quero ser identificado pelo e-mail da minha loja.
Confirme a política de uso de QR Codes da instituição em que você tem conta.
Confirme com a instituição financeira ou de pagamento em que você tem conta se haverá tarifas para você. Faça uma pesquisa entre as instituições para verificar a que oferta melhores condições. Veja também os serviços que a instituição irá prestar. Existem opções facultativas, como Pix Agendado, que possibilitam o pagamento em data futura.
Privacidade
O Regulamento do DICT prevê que as instituições do sistema financeiro devem observar a Lei Geral de Proteção de Dados para preservar a privacidade dos usuários. Desta forma, o consentimento do cliente, específico para essa finalidade, é pré-requisito para que a instituição solicite o registro das chaves junto ao BC. Além do registro de chaves de endereçamento, estão entre as funcionalidades do DICT: exclusão, portabilidade e reivindicação de posse.
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Com informações: Banco Central