Organizar o fluxo de caixa é essencial para a gestão de crise nesse momento crítico de paralisação econômica.
Afinal, a crise do coronavírus está gerando impactos brutais na economia, e boa parte das empresas não têm caixa suficiente para se sustentar com a queda repentina do faturamento — e as despesas vão se acumulando.
E agora? Será preciso reduzir a equipe? Pegar empréstimos?
Sendo assim, vamos abordar as possíveis respostas para essas perguntas em um guia rápido sobre o fluxo de caixa e gestão de crise.
Leia com atenção e veja quais estratégias são úteis para o seu negócio.
Índice
Atenção ao fluxo de caixa na gestão de crise
Em relação às empresas, fluxo de caixa é uma prioridade no momento .
Dessa forma, regra para todos os empresários será reduzir os gastos e projetar o funcionamento do negócio com uma queda expressiva nas vendas e serviços.
Quanto mais você se antecipar às consequências da crise, melhor será sua resposta aos possíveis cenários que vamos encarar daqui para frente.
Por isso, é importante dimensionar o efeito do coronavírus sobre o caixa da sua empresa e traçar estratégias para garantir a sobrevivência do negócio durante a crise — que, infelizmente, não sabemos por quanto tempo se estenderá.
9 estratégias para equilibrar seu fluxo de caixa na gestão de crise
Para equilibrar seu fluxo de caixa na gestão de crise, você vai precisar de um plano de contingência para superar esse período difícil.
Confira algumas estratégias para preparar seu negócio.
1. Faça a projeção do impacto
O ponto de partida para planejar seu fluxo de caixa na gestão de crise é fazer uma projeção realista dos próximos três meses (no mínimo), estimando a redução de receitas no período.
Na opinião do consultor financeiro Márcio Iavelberg, em contribuição à PEGN em março de 2020, a empresa deve estimar uma queda de 30% a 50% do faturamento durante o período de isolamento e paralisação.
2. Foque nos custos e despesas fixos
No cenário de queda das vendas e serviços, a tendência é reduzir os custos variáveis no mesmo ritmo, mas os custos e despesas fixas como aluguel, manutenção e folha de pagamento permanecem.
Por isso, você deve focar as estratégias nessa categoria, que garante a continuidade das operações da empresa.
Para começar, calcule exatamente quanto você vai precisar para cobrir esses gastos e avalie se a receita e capital de giro serão suficientes, mesmo com a diminuição do faturamento.
3. Evite demissões
Depois de fazer sua projeção de fluxo de caixa na gestão de crise, o caminho óbvio será cortar gastos para manter a empresa funcionando.
Fatalmente, as demissões surgem como uma alternativa emergencial para reduzir a folha de pagamento, que é o principal custo fixo das empresas.
Mas será que vale a pena desligar funcionários para economizar durante a quarentena?
Na verdade, esse é o momento de enxergar em longo prazo: seu pessoal é essencial para manter a empresa e recuperar o ritmo assim que a paralisação acabar, e você pode ter custos ainda maiores para contratar e treinar novos colaboradores no momento de volta às atividades.
Então, ter uma equipe mais enxuta pode até poupar alguns custos imediatos, mas o preço lá na frente será mais alto — lembrando que você estará em um momento de recuperação crítico, precisando mais do que nunca dos esforços e competências do seu time.
4. Fique atento às medidas de apoio do governo
O governo tem lançado medidas provisórias e pacotes econômicos emergenciais para socorrer as empresas na crise do coronavírus, e você deve ficar atento aos benefícios.
Enquanto a MP 927 flexibiliza as regras trabalhistas, a recém-publicada MP 936 de 1º de abril de 2020 permite a redução proporcional de jornada de trabalho e salários para evitar demissões (veremos em mais detalhes no próximo tópico).
A mesma medida ainda permite que você antecipe férias e feriados, determine férias coletivas, adie o pagamento do FGTS e use o banco de horas para compensar o tempo de paralisação da empresa.
Além disso, vários aspectos tributários foram revistos: o prazo para pagamento dos tributos federais foi adiado no Simples Nacional e os procedimentos de exclusão de contribuintes por inadimplência de parcelas foram suspensos, por exemplo.
O Sebrae compilou as mudanças nos prazos e regras de tributação para ajudar os empreendedores.
5. Negocie jornada e salários
A MP 936 citada anteriormente já está em vigor, permitindo que você negocie jornadas e salários com os colaboradores, se necessário.
Com a nova lei, o empregador pode acordar a suspensão temporária do contrato de trabalho por até 60 dias, dando ao funcionário o direito de receber um benefício emergencial do governo.
Para as micro e pequenas empresas, a suspensão não terá custo nenhum e o funcionário receberá o valor do seguro-desemprego integral.
Já para as empresas que faturam acima de 4,8 milhões ao ano, há três opções de redução de jornada e salário: 25%, 50% ou 70%.
Nesse caso, o governo complementa o salário de quem ganha até um salário-mínimo e paga um benefício proporcional do seguro-desemprego para quem ganha acima disso.
Por exemplo, se o trabalhador ter jornada reduzida em 25%, recebe 25% da parcela que seria o seu seguro-desemprego mais o valor proporcional do salário.
A lei também prevê garantia de estabilidade pelo mesmo período das reduções ou suspensão do contrato.
6. Negocie despesas e dívidas
Depois de resolver a questão dos funcionários, é hora de negociar suas despesas e dívidas para segurar o caixa.
A despesa que mais preocupa os empresários é o aluguel comercial, mas, como todos estão passando pela mesma crise, os locadores já estão aceitando acordos.
Segundo as recomendações do Sebrae, a renegociação extrajudicial do contrato de aluguel pautada na boa fé é a melhor solução, buscando um desconto temporário no aluguel proporcional à baixa do faturamento ou mesmo prorrogando o pagamento até o fim da paralisação.
A mesma lógica deve ser seguida com credores e fornecedores, renegociando dívidas e prazos de acordo com os impactos esperados da crise.
7. Adote venda de produtos e serviços pela internet
Sabemos infelizmente, que não são todos produtos e serviços que podem ser vendidos pela internet.
Sendo assim, nesse caso, é possível realizar a venda através de vouchers, com descontos durante a paralisação e efetivar o serviço quando terminar o distanciamento social, garantindo recebimentos e alívio maior no fluxo de caixa.
Em relação aos clientes, você também terá que negociar os preços conforme a capacidade de pagamento, volume e necessidades de cada empresa.
O ideal é chegar a um acordo concedendo descontos temporários e possibilidade de pagamento parcelado dos débitos, se necessário — priorizando sempre a manutenção do vínculo com o cliente, dentro das possibilidades da empresa.
8. Recorra ao crédito (em último caso)
Em último caso, você pode recorrer a um empréstimo para cobrir o rombo no fluxo de caixa durante a gestão da crise do coronavírus.
Em 27 de março de 2020, por exemplo, o governo anunciou uma linha de crédito emergencial de R$ 40 bilhões para ajudar pequenas e médias empresas a pagar o salário dos colaboradores que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.090,00 no período), conforme noticiado no G1.
Já o BNDES ofertou uma linha de financiamento para capital de giro de até R$ 5 bilhões para empresas que faturam até R$ 300 milhões ao ano, com prazo total de até 60 meses, de acordo com os dados publicados na Exame.
9. Use a tecnologia para organizar sua gestão de crise
Para ter uma visão completa do seu fluxo de caixa na gestão de crise, é importante usar um sistema de gestão online para agilizar o processo e ter dados confiáveis sempre disponíveis.
A Vance Contábil será uma grande aliada nesse momento, garantindo os recursos de gestão para controlar as finanças da sua empresa em tempo real.
Quanto mais rápido você agir, maiores serão as chances de superar a crise do coronavírus e recuperar o fôlego quando a economia voltar a girar.
Lembrando que a equipe Vance Contábil está à disposição para ajudar a manter sua empresa ativa e preparada para a retomada.
E então, o conteúdo ajudou a organizar seu fluxo de caixa e sua gestão de crise?
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